terça-feira, 5 de novembro de 2013

XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO C)

O ENCONTRO COM DEUS VIVO PARA ALÉM DA MORTE

(2Mc 7,1-2-14) – (2 Ts 2,16-35) –( Lc 20, 27-38)

O homem é uma realidade histórica: vive no tempo; pôe-se em continuidade com o tempo decorrido, do qual tira as possibilidades de compreensão de tudo o que é uma riqueza para ele, tudo que constitui o seu valor; vive o presente como momento real da sua consciência e liberdade; dirige-se ao futuro para encontrar o sentido passado e do presente.
O futuro, o ainda-não, é para o homem a dimensão mais radical, porque condiciona as opções, determina suas realizações. O devir sempre foi o que põe á prova todas as ideologias, todas as esperanças, todos os ideais. Dá lugar a uma contestação de todos os mitos, dos absolutos que o homem ou a sociedade pode criar para si no presente.
A morte, naufrágio da vida
Que será o homem depois da morte? É o problema fundamental da existência. Pode o futuro recuperar o aparente fracasso da existência, ou ratificar sua inconsistência e vazio? Se a vida presente é tudo, se não há esperança para além da morte, é claro que está tudo definitivamente perdido.
Não há plano que possa impor, se todos têm um fim que os nivela. O progresso parece fatal e definitivamente desacreditado se termina no nada da morte.
O esforço, o trabalho, a alegria só têm valor se com eles realizamos algo. Mas se, com a morte, tudo termina e deles nada gozamos, se não podemos sentar-nos á mesa pela qual sacrificamos toda uma vida, então tudo parece ter uma inconsistência radical.
Se o dialogo de amor com as pessoas termina para sempre, o amor não é mais o cerne da vida do homem, mas simplesmente uma coisa entre muitas outras. O problema posto pelos saduceus mão era uma interrogação marginal. Eles perguntaram a Jesus o sentido, isto é, o que significa para o homem estar o mundo.

Um Deus vivo para homens vivos
A resposta é categórica: toda solução seria precária e continuamente desmentida se Deus não amasse verdadeiramente o mundo. Seu amor seria para nós uma ilusão se nos viesse a faltar no momento da nossa salvação. Não poderia chamar-se Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó,  e dos muitos que nos precederam, se esses não fossem mais do que um nome vazio. Se Abraão estivesse definitivamente morto, enquanto Deus se proclama seu salvador, está salvação seria uma ilusão.
A revelação de Cristo se manifesta, pois, fundamental como o problema que fora colocado. Deus é Deus vivo para homens vivos. Essa é a segurança da nossa vida hoje. Desta certeza nasce a alegria e a paz. A vida não termina, porque foi salva da morte.
O próprio Deus plenificará o empenhamento do homem na história para além da história, para ale morte, a qual não a limite, mas a manifestação, o inicio da definitividade daquilo que se realizou e a que Deus deu gratuitamente o acabamento. Para nós que vivemos no devir é difícil imaginar uma vida definitiva, Mas nós, com esperança, a aguardamos de Deus que verdadeiramente nos amou e nos prometeu uma consolação eterna e uma esperança feliz.
Jesus rejeita de modo absoluto toda representação que a imaginação humana possa fazer do reino Ed Deus, quando diz: “As pessoas deste mundo se casam e são dadas em casamento, mas as que forem admitidas ao outro mundo e á ressurreição dos mortos, não tornam mulheres nem são dadas aos maridos, porque não podem morrer mais; porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição”.
Testemunho da ressurreição

Hoje, para muitos, custa crer numa vida futura. Isso é devido, por um lado, á critica marxista que vê na esperança da vida eterna uma evasão da responsabilidade na transformação deste mundo, e, por outro lado, á civilização do bem-estar toda voltada para uma felicidade hedonista neste mundo. Nós, cristãos, somos testemunhas da ressurreição; dizendo que nosso Deus é o Deus dosa vivos e não dos mortos, fazemos uma afirmação que não se refere Sá a vida futura, mas também ao presente. Deus dos vivos, dos que hoje já são verdadeiramente vivos, empenhados inteiramente na vida, para melhorar a situação da humanidade. Vida que não pode terminar, porque é a própria vida de Deus; vida que, portanto continua par além da morte física.

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