terça-feira, 19 de novembro de 2013

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO — ANO C


SOLENE ENCERRAMENTO DO ANO DA FÉ
ABERTURA DA CAMPANHA NACIONAL PARA A EVANGELIZAÇÃO
DIA DO LEIGO

A celebração de hoje marca o ponto de chegada do nosso ano litúrgico. Celebramos, neste período, os mistérios da vida de Jesus Cristo, desde seu nascimento até sua morte e ressurreição, sua ascensão, Pentecostes, a memória da Virgem Maria e dos Santos, conduzidos, neste ano, pelo evangelista Lucas. No último domingo do ano litúrgico celebramos a Festa de Cristo Rei, significando que na caminhada de mais um ano de fé, queremos coroá-lo como nosso Rei. Por isso, a liturgia nos convida a contemplar a realeza e a divindade de Cristo: é o Rei da paz, do amor, da justiça, da santidade. Neste domingo, concluímos o Ano da Fé, instituído pelo Papa Emérito Bento XVI, em 11 de outubro de 2012, quando celebramos os 50 anos de abertura do Concílio Vaticano II. A Igreja no Brasil comemora hoje o dia dos leigos, os missionários do Reino de Deus nas diferentes áreas e atividades que tecem a vida humana, religiosa e social. Louvamos a Deus por tantas mulheres e homens que vivem profundamente sua vocação batismal, colocando-se inteiramente a serviço da Boa Nova, anunciada, vivida e celebrada.

SOLENIDADE JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO SENHOR DA PAZ E DA UNIDADE
Cristo é chamado a dirigir o povo de Deus, a ser condutor; sua realeza é de origem divina e tem primado sobre tudo porque nele o Pai pôs a plenitude de todas as coisas. No entanto, o evangelho de Lucas apresenta a realeza de Jesus narrando a paródia de sua investidura como Rei dos Judeus na cruz, que lembra a outra paródia que se deu no pretório de Pilatos e narrada pelos outros evangelistas. A investidura real de Jesus se desenrola em torno da cruz, trono improvisado do novo Messias. Para tornar mais evidente essa aproximação, Lucas recorda a inscrição que encabeça a cruz, mas sem dizer que se trata de um motivo de condenação. Assim, a inscrição tem lugar da palavra de investidura, como o Pai que investe seu Filho no batismo. Além disso , Lucas introduz aqui um episódio que se refere a outro lugar e lhe acrescenta uma frase com qual a multidão espera que Jesus se manifeste como rei; mas ele não quer que sua realeza lhe advenha da fuga á sua sorte, e sim de sua fidelidade a ela!
CRISTO, REI DA RECONCILIAÇÃO
Como em todas as coisas importantes da lei mosaica, é necessário que a entronização seja reconhecida por duas testemunhas. Mas, enquanto as testemunhas da investidura real da transfiguração são dois entre as principais personagens do Antigo Testamento e as testemunhas da ressurreição são também misteriosas, as duas testemunhas da entronização de Gólgota são apenas dois vulgares bandidos. Investidura ridícula daquele que só será rei assumido até o fim o escárnio!
Lucas coloca a seguir deste trecho o episódio dos dois ladrões, como que a indicar que, para Cristo, o modo de exercer sua realeza sobre todos os homens, inclusive sobre os inimigos, é oferecendo-lhes o perdão. Lucas é muito sensível a está ideia em toda a narrativa da paixão, mas aqui ele chega ao máximo. Com esse perdão, Cristo se a apresenta como o novo Adão, aquele que pode ajudar a humanidade a reintegrar o paraíso perdido pelo primeiro homem. É preciso ainda que essa humanidade nova aceite o perdão de Deus e não se volte orgulhosamente sobre si mesma. Cristo em que poderá chega ao momento de sua vida, em que poderá inaugurar uma nova humanidade, libertada das alienações do pecado; oferece ao bom ladrão participar dela, porque a sua vontade de perdoar é sem limites. O reino de Cristo se manifesta sobre os convertidos.
CRISTO, REI DO PERDÃO
            Os termos Rei e Messias ressoam em torno da cruz em frases zombeteiras e assegura ao malfeitor arrependido a entrada no reino do Pai. Também diante dos adversários mais encarniçados, Jesus dirá palavras de perdão: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Jesus exerce pois, e manifesta sua realeza não nas afirmações de um poder despótico, mas no serviço de um perdão que busca a reconciliação.
Ele é o primogênito de toda criatura, e como todas as coisas foram criadas nele, “foi do agrado de Deus reconciliar consigo todas as coisas, por meio dele, estabelecendo a paz no sangue da sua cruz”. Cristo é rei porque, perdoando e morrendo para remissão dos pecados, cria uma nova unidade entre homens. Quebrando a corrente do ódio, oferece a possibilidade de um novo futuro.
UM REI QUE VEIO PARA SERVIR
Reconhecendo que Jesus é rei, cremos que com ele Deus manifestou plenamente que a realização do homem só se pode dar pela obediência á sua vontade. Não há ação do homem que não seja sob o juízo de Deus. Não pode haver lugar na história sem relação com Deus por meio de Jesus.
A doutrina do senhorio de Cristo nos ensina ainda que a vida a que somos chamados é a mesma que viveu Jesus Cristo; vida de serviço aos irmãos. Vivendo-a, confessamos seu senhorio e nos tornamos, como ele, homens de paz e de reconciliação.
Na Igreja de Cristo, como em toda comunidade, o ministério da autoridade é dado não para  afirmação pessoal, mas a função da unidade e caridade. Cristo, bom pastor, veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida pelas ovelhas. Essas afirmações ajudam a evitar as ambiguidades inerentes ao conceito de realeza quando não compreendido no sentido da realeza de Cristo.

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