XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C
Hab 1,2-3;2,2-4 – Sl 94 – 2Tm 1,6-8.13-14 – Lc17,5-10
Cristianismo é fé é característica específica. “Nós afirmamos muito
facilmente, com pressuposto, que religião e fé são a mesma coisa. Mas isso só é
verdade até certo ponto...Por exemplo, o Antigo Testamento se apresentou, em
seu conjunto, não sob o conceito de fé, mas de lei. Encarna primariamente um
gênero de vida, no âmbito do qual o ato de fé vai continuamente adquirindo
maior importância. Mais tarde, para a religiosidade romana não é realmente
decisivo que se emita um ato de fé no sobrenatural; ele pode, decerto,faltar
sem. Por isso, diminui a religião. Sendo a religião essencialmente um sistema
de ritos, o elemento determinante é representado a seu olhos pela minuciosa
observância das cerimônias”.
O justo viverá pela fé
A história da fé começa em Abraão. Sua atitude diante de Deus é de fé.
Ainda que nosso pai nafé não tenha percebido distintamente o objeto de sua fé,
teve, entretanto, todas as condições pessoais necessárias a fé. Respondeu
prontamente “sim” ao chamado de Deus, que derruba seus planos, disposto a
dar-lhe tudo, até o filho, desprezando todo cálculo humano. Superou as
aparentes contradições para entregar-se somente à palavra de Deus, e nela viu a
verdade que salva. Durante toda história do povo de Deus, os profetas foram os
arautos da fé; convidaram a superar as seguranças e alianças humanas para se
apegar com confiança à palavra dada pó Deus. Crer é dar-se a Deus, Vemo-lo na 1ª leitura: Deus “parece” ausente da história. O
profeta o interroga sobre o enigma da opressão e da injustiça que invadem a
sociedade em que vive, tanto dentro de Israel como entre as nações pela quais
os fracos são esmagados. Deus responde que a fé e o único caminho para
compreender o mistério da história. A resposta de Deus, porem, não é fácil
consolação: fala de espera ainda longa. O que importa é permanecer firmemente
ancorados só em Deus; crer no seu amor apesar de todas as aparência
contrárias, porque sua palavra não nos pode enganar.
A fé é adesão incondicional à
pessoa de Jesus
No Novo Testamento o objeto da fé atinge a plenitude: o Filho de Deus
se manifesta a seu reino é constituído. Mas a atitude pessoal continua a mesma;
uma decisão da vontade que ama, move a inteligência a superar os cálculos
humanos para entregar-se a Deus com toda fidelidade. A fé não consiste, pois,
tanto numa adesão intelectual a uma série de verdades abstratas, mas é a adesão
incondicional a uma pessoa, a Deus, que nos propõe seu amor em Cristo morto e
ressuscitado. A fé é, portanto obediência a Deus, comunhão com ele, vitória
sobre a solidão. É dom de Deus, mas dom que espera nossa livre resposta, que
quer torna-se a alma da nossa vida cotidiana e da comunidade cristã.
Fé como libertação de todos os
ídolos
É também conhecimento novo, modo de ler a realidade com olhar de
Cristo. “A fé é virtude, atitude habitual da lama, inclinação permanente a
julgar e agir segundo o pensamento de Cristo com espontaneidade e vigor”. O cristão
animado pela fé, nela encontra a crítica permanente a todas as ideologias e a
libertação de todos os ídolos. “Esta é a vitoria que venceu o mundo, a nossa
fé. O cristão vive hoje num mundo secularizado do qual Deus está ausente, que
vive e se organiza sem ele. Com sua fé, tem o cristão neste mundo a tarefa de
destruir as falsas seguranças propondo-lhe as questões fundamentais e oferecendo
a todos sua grande esperança. A fé cristã é posta diante de um desafio:
torna-se propugnadora de problemas que nenhum laboratório, experiência ou
computador eletrônico podem resolver, e que, no entanto, decidem o destino do
homem e do mundo. Portanto, é mais do que atual para os cristãos a invocação
dos discípulos; “Senhor, aumentai a nossa fé”
Louvado seja nosso Senhor Jesus
Cristo...
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