segunda-feira, 15 de junho de 2015

NÃO TENHAM MEDO!

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B

Jô 38, 1.8-11; Salmo 106; 2Cr 5,14-17; Marcos 4,35-41


As leituras deste 12º domingo do tempo comum, nos convidam a deixar nossos lugares costumeiros, a perder o medo e partir para outra margem, Enquanto estivermos dando demasiada atenção aos nossos problemas pessoais, não teremos abertura par evangelizar o mundo, O mundo parece estar no caos, as ondas se lançam contara a barca, mas Deus está no controle; é necessário arriscar-se em direção do novo.

1ª Leitura Jô 38, 1.8-11
Leitura do Livro de Jó

O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: Quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, e disse: 'Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas?

O Senhor está no controle
Esse trecho curtinho do livro de Jó parece incompreensível. Mas, na verdade, é de uma profundidade admirável. Jó tinha acabado de exigir uma audiência com Deus para perguntar-lhe  sobre os motivos dos sofrimentos pelos quais estava passando. Jó não conseguia entender a ação de Deus, parecia que o Soberano estava muito mudado. Jó tinha muitas perguntas a fazer a Deus. Quem de nós, na hora do sofrimento, deixou de perguntar. “Porque, meu Deus”.         
Deus responde a Jó do meio da tempestade, mostrando que nenhum caos na nossa vida ou na natureza está acima dele. Ele é o Senhor do céu, da terra e do mar. Isso significa que Deus está no controle do universo. Não devemos ter medo, não devemos desanimar quando o sofrimento ou o pânico quiserem se apoderar de nós.
Devemos estar atentos a essa conversa que Deus tem com Jó. Ela é bem didática. Ao chamar a atenção para os poderes da natureza e colocar-se acima deles. Deus leva Jó a considerar suas próprias limitações, pois o ser humano não é Deus, mas sim uma criatura entre as outras. E assim, do meio de suas crises, Jó é levado a considerar que sua efêmera existência é marcada por limites, por isso lhe é possível o sofrimento.
            Ao constatar a grandeza do universo e o poder de Deus, Jó para de centralizar-se em si mesmo e realiza um êxodo existencial em direção ao outro. Deus conduz Jó para fora de si mesmo. E assim Deus faz com cada um de nós.

Salmo 106
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!

Os que sulcam o alto-mar com seus navios,*
para ir comerciar nas grandes águas, 
testemunharam os prodígios do Senhor*
e as suas maravilhas no alto-mar.

Ele ordenou, e levantou-se o furacão,*
arremessando grandes ondas para o alto;
aos céus subiam e desciam aos abismos,*
seus corações desfaleciam de pavor.

Mas gritaram ao Senhor na aflição,*
e ele os libertou daquela angústia.
Transformou a tempestade em bonança,*
e as ondas do oceano se calaram.

Alegraram-se ao ver o mar tranqüilo,*
e ao porto desejado os conduziu.
Agradeçam ao Senhor por seu amor*
e por suas maravilhas entre os homens!

2ª Leitura  2Cr 5,14-17
Leitura da Carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos: O amor de Cristo nos pressiona, pois julgamos que um só morreu por todos, e que, logo, todos morreram. De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Assim, doravante, não conhecemos ninguém conforme a natureza humana. E, se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos assim. Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo.

Tudo agora é novo

            Paulo chama atenção dos coríntios para o sentido mais profundo da fé pascal. Afirma o póstolo que o “amor de Cristo constrange”. Cristo morreu por nós, e pouca coisa fazemos para corresponder a tão grande dom. Se Cristo morreu por nós, conclui-se que o antigo modo de viver deve ser abandonado e que assumimos uma nova vida, nos mesmos moldes da vida de Cristo. É necessário sair dos nossos túmulos do egoísmo, remover a pedra do comodismo, para raiar do dia novo da ressurreição.
            Paulo havia mudado radicalmente de vida, por isso tinha autoridade para exortar seus compatriotas a não se apegar ao fato de terem convivido com Jesus pelos caminhos da Galileia. O mais importante não é ter conhecido Cristo segundo a carne, ter sido testemunha ocular ou ser parente de Jesus. O mais importante e viver vida nova que o Ressuscitado nos trouxe. O mais importante para Cristo não é estarmos na Igreja católica somente por tradição. É assumirmos o projeto missionário que ele nos confiou.
            Saiamos do fechamento das estruturas conservadoras, pois, “se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisa antigas já passara,, eis que novas são todas as coisas”.

Evangelho de Marcos 4,35-41

Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: 'Vamos para a outra margem!' Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: 'Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?' Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: 'Silêncio! Cala-te!' O ventou cessou e houve uma grande calmaria. Então Jesus perguntou aos discípulos: 'Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?' Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: 'Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?'

Vamos para a outra margem

            No trecho proclamado no domingo anterior, Jesus permanecia no barco, ensinando ás multidões por meio de parábolas. Mas no final do dia ele convocou seus discípulos pra dirigirem á outra margem do mar da Galileia.
            Do outro lado do mar estavam cidades de culturas helenistas, a maioria das cidade da Decápole. Jesus diz a seus discípulos que assumam o rico de sair de seu habitat original e o levem a lugares diferentes, a pessoas de outra cultura. Através de águas bravas e dos perigos costumeiros de uma viagem. Sair de si é sempre arriscado, e é comum sentir medo do desconhecido.
            As tempestades simbolizam as dificuldades de uma jornada que leva para outra margem. As multidões ficaram pata trás, pessoas que poderiam dar apoio permaneceram do outro lado, agora é a vez de contatar diferes culturas, religiões, tradições e costumes. Uma nova etapa, um novo começo na vida das comunidades. Trata-se simbolicamente do inicio da longa marcha da missão universal da Igreja que temos de estar dispostos a continuar, até que Cristo venha.
            Ás vezes a barca parece afundar, sentimos pânico, mas Cristo está na popa. Pode parecer que Cristo dorme enquanto corremos o risco de perecer, mas ele continua lá no controle do barco, das ondas e do vento.
            Não tenhamos medo, vamos á outra margem. Cristo está no barco, este jamais afundará. Vamos sair do nosso comodismo, há um mundo a ser evangelizado.
            Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário