Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab – Sl 44 – 1Cor 15,20-27ª
– Lc 1,39-56
Esta é a maior das festas da Santíssima Virgem
Maria; é a sua Assunção; a festa da sua entrada na glória, da sua plenitude
como criatura, como mulher, como mãe, como discípula de Cristo Jesus. Como um
rio, que após longa corrida deságua no mar, hoje, a Virgem Toda Santa deságua
na glória de Deus: transfigurada no Espírito Santo, derramado pelo Cristo, ela
está na glória do Pai!
Trata-se de uma verdade de fé, um dogma, proclamada
pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950: "Terminando o curso da
sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celestial". Ali a
esperava o seu Filho Jesus, com o seu corpo glorioso, tal como Ela o tinha
contemplado depois da Ressurreição.
As leituras contemplam esta realidade. A 1ª Leitura
(Ap 11, 19; 12, 1-10) apresenta uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob
os pés, e do Filho que ela deu à luz, um varão, que irá reger todas as nações.
Nesta imagem a Mulher e o Filho representam Jesus Cristo e a Igreja, mais a
mulher confunde-se também com Maria, pois nela realizou-se plenamente a Igreja.
A 2ª Leitura (1 Cor 15, 20-27) completa a idéia da
1ª. Paulo, falando de Cristo, primícias dos ressuscitados, termina dizendo que,
um dia, todos os que crêem terão parte na Sua glorificação, mas em proporção
diversa: "Primeiro, Cristo, como os primeiros frutos da seara; e a seguir,
os que pertencem a Cristo" (1 Cor 15, 23). Entre os cristãos, o primeiro
lugar pertence, sem dúvida, a Nossa Senhora, que foi sempre de Deus, porque
jamais conheceu o pecado. É a única criatura em quem o esplendor da imagem de
Deus nunca se viu ofuscado; é a Imaculada Conceição, a obra prima e intacta da
Santíssima Trindade em quem o Pai, o Filho e o Espírito Santo sentiram as suas
complacências, encontrando nela uma resposta total ao Seu amor.
A resposta de Maria ao amor de Deus ressoa no
Evangelho (Lc 1, 39-56), tanto nas palavras de Isabel que exaltam a grande fé
que levou Maria a aderir, sem vacilação alguma à vontade de Deus, como nas
palavras da própria Virgem, que entoa um hino de louvor ao Altíssimo pelas
maravilhas que realizou nela.
Ela é a nossa grande intercessora junto do
Altíssimo. Maria nunca deixa de ajudar os que recorrem ao seu amparo:
"Nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tivesse recorrido à vossa
proteção fosse por Vós desamparado". Procuremos confiar mais na sua
intercessão, persuadidos de que Ela é a Rainha dos céus e da terra, o refúgio
dos pecadores, e peçamos-lhe com simplicidade: Mostrai-nos Jesus!
A Assunção de Maria é uma preciosa antecipação da
nossa ressurreição e baseia-se na ressurreição de Cristo, que transformará o
nosso corpo corruptível, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso. Por isso
São Paulo recorda-nos (1 Cor 15, 20-27): "Se a morte veio por um homem
(pelo pecado de Adão), também por um homem, Cristo, veio a ressurreição. Por
Ele, todos retornarão à vida, mas cada um a seu tempo: como primícias, Cristo;
em seguida, quando Ele voltar, todos os que são de Cristo; depois , os últimos,
quando Cristo devolver a Deus Pai o seu reino…Essa vinda de Cristo, de que fala
o Apóstolo, disse o Papa João Paulo II, "não devia por acaso cumprir-se,
neste único caso (o da Virgem), de modo excepcional, por dizê-lo assim,
imediatamente, quer dizer, no momento da conclusão da sua vida terrena? Esse
final da vida que para todos os homens é a morte, a Tradição, no caso de Maria,
chama-o com mais propriedade dormição. Para nós, a Solenidade de hoje é
como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor.
E é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte da esperança da vida eterna e da
futura ressurreição".
A Solenidade de hoje enche-nos de confiança nas
nossas súplicas, "subiu aos céus a nossa Advogada para, como Mãe do Juiz e
Mãe de Misericórdia, tratar dos negócios da nossa esperança." Ela alenta
continuamente a nossa esperança. "Somos ainda peregrinos, mas a nossa Mãe
precedeu-nos e indica-nos já o termo do caminho: repete-nos que é possível lá
chegarmos, e que lá chegaremos, se formos fiéis. Porque a Santíssima Virgem não
é apenas nosso exemplo: é auxílio dos cristãos. E ante a nossa súplica – mostra
que és Mãe – , não sabe nem quer negar-se a cuidar dos seus filhos com
solicitude maternal.
Fixemos o nosso olhar em Maria, já assunta aos
céus. Ela é a certeza e a prova de que os seus filhos estarão um dia com o
corpo glorificado junto de Cristo glorioso. A nossa aspiração à vida eterna
ganha asas ao meditarmos que a nossa Mãe celeste está lá em cima, que nos vê e
nos contempla com o seu olhar cheio de ternura, com tanto mais amor quanto mais
necessitados nos vê. Maria é apresentada como Modelo de pessoa consagrada e um
"sinal" de Deus no mundo de hoje.
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